segunda-feira, 28 de junho de 2010

I Want

Drink



Smoke



and



Dance

Pensamentos aos (quase) 27 anos

Encontrei “com os 27” uma felicidade, que tenho vindo a defini-la, como serena e construída.

Ao longo dos anos, e especialmente dos últimos dois (na viragem grande de uma parte da vida), verifiquei que a felicidade não é somente um dado adquirido. Não é simplesmente ou se é feliz porque se tem ou isto ou aquilo, ou não se é feliz porque não se tem e mais isto e aquilo…

Nos últimos tempos sou assombrada com sensações de felicidade!!! Melhor dizendo arrebatada!!!!!

Dou por mim a comparar as novas sensações ao cheiro e ao sabor do iogurte que comia todas as tardes naquele verão, tinha eu não sei quantos anos mas poucos, e estava de férias na aldeia com a minha tia e frequentava nessas duas semanas um curso de culinária e bordados. Pensei o quanto fui feliz naquelas duas semanas tão simples na companhia da minha prima. Acordávamos já tarde, almoçávamos e rumávamos para o curso toda a tarde e quando saiamos comíamos o nosso lanche que incluía sempre um iogurte mimosa de um qualquer aroma e o qual abríamos com o entusiasmo de crianças a tampa tentando ganhar o premio que na altura era uma bicicleta. e o quanto eu queria a bicicleta! (não cheguei a ganhar)

Mas a sensação de felicidade era essa, uma felicidade espontânea e simples com as pequenas coisas.

E é assim que tem vindo a ser… o coração explode em certos momentos tão simples que até tenho dificuldade em expressar o porquê de estar radiante naquele momento! Que só consigo expressar comparando a este momento da minha infância que estava adormecido na minha memória.

Quanto á construção, e esta que nada tem de contraditório com espontaneidade do momento, mas sim com o prolongar nos outros momentos. Percebi também que a forma como encaramos o dia é determinante através de como lhe damos valor. Se quiser achar que está tudo mal então serei miserável se quiser olhar de forma positiva então sou a pessoa mais feliz do mundo!

Acho que foi algo que insisti em fazer, talvez modificar, porque nem sempre fui assim.. Com o tempo essa maneira de estar enraíza-se em ti e não é um esforço achar que estás bem… realmente estás!

Sendo que a verdade tenho tido coisas boas não posso negar, pois existem coisas menos boas que nenhum de nós pode dar a volta sem primeiro fazer o seu luto.

A felicidade serena, como gosto de lhe chamar, é o equilíbrio! Sem picos de altos e baixos tão característicos em mim toda a vida… Era eu mais adolescente e dizia que podia chorar mas quando ria, ria exponencialmente. Que podia não ser feliz mas quando era experimentava sensações tão intensas que tinha a certeza que meio mundo nunca experimentou! Sei lá porque achava que só eu e mais uns poucos seriamos abençoados com tamanha intensidade de emoções…

A minha conquista foi que nestes anos percebi que a felicidade pode ser igualmente tão intensa o quanto serena! E ai está a minha maior descoberta destes 2 anos!!! Felicidade intensa não pressupõe ser efémera!!!....

E foi esta dedução que mudou tudo em mim, foi um marco necessário, um apagar de velhos e enraizados sentimentos.

Permitiu-me ser feliz e avançar, deixar para trás fantasmas ou ilusões, libertar-me para ser feliz.

Ainda também adolescente não me deixava ser feliz talvez porque muitas vezes não queria. Estava habituada a minha tristeza, aos meus desgostos de quando a quando, e aprofundava-os. Achava também que quando se está sozinho e frágil é quando se conhece o nosso verdadeiro eu… ainda hoje sinto o porque de alimentar essas ideias, esses sentimentos… gostava de sofrer o quando gostava do oposto e transcender de felicidade!!! Mais uma vez a efemeridade da tal felicidade…

Hoje não gosto tanto de estar mal… aliás depois de um grande período em que fiquei rendida aos medos, quando consegui equilíbrio, foi instantâneo não deixei mais que retrocedesse.

Percebi que hoje mais velha gosto muito mas muito mais de estar em bem!!! E por isso mesmo não deixo sequer que o contrário aconteça. (Temos aqui a construção)

Posso estar, e na verdade estou, a anos mil de ter alcançado tudo o que pretendo da vida, mas o que tenho é o caminho para lá e mesmo que a vida me deixe a meio do trajecto, ando por esse ou outro olhando o lado sempre bom!

Todos os dias relembro a mim o quanto sou feliz!!!
E que a vida me permita sempre este pensamento!

Se a felicidade é inata ou adquirida?! São ambos… resta-nos a nós dosear os pratos da balança. Às vezes mais fácil outras vezes mais difícil, quero continuar a dizer:

Sou feliz!
e enquanto estou assim quero agarrar-me a ela com unhas e dentes! E faço-o todos os dias!

Olha, sente, toca e respira
as coisas boas que as coisas mais simples da vida te dão.
28/05/2010

domingo, 27 de junho de 2010